Gira de Segunda (Mãe Lilian)

A gira começou com um dos momentos mais simbólicos: o banho de ervas sendo preparado no cantinho da Vó Benta - que é o banho disponibilizado ao fim da gira e que pode ser levado em uma garrafinha pela assistência. Ali, em um recanto de paz e acolhimento, cada folha, cada erva, é colocada com a delicadeza e o carinho de quem conhece o poder da natureza. Não é apenas um banho físico, mas um processo de limpeza espiritual profundo. Após as orações iniciais com afeto e conexão, o terreiro se preparou para receber a força dos Caboclos. As batidas dos pés no chão ecoavam pelo espaço, e a presença firme e protetora das entidades era sentida por todos. Passaram então as Caboclas de Iemanjá, trazendo consigo a doçura das águas, o amor que cura e a paz que preenche as almas. Cada passe é um acalento para os corações aflitos, como o abraço de uma mãe que acolhe seus filhos nas marés da vida. O momento seguinte foi o bate folhas, com os Caboclos de Oxóssi, Pretos Velhos e Erês. As folhas, sempre tão presentes e poderosas, eram manuseadas com sabedoria ancestral, limpando corpos e espíritos de quem se colocava à disposição dessa cura. A mata de Oxóssi parecia viva no terreiro, e todos os presentes sentiam o quanto a natureza nos acolhe e nos cuida quando nos entregamos a ela de coração aberto. Após esse momento de cura, a gira seguiu com a força de Xangô. Sob o comando de Seu Sete Pedreiras, a segunda parte da gira foi um mergulho profundo na justiça, na sabedoria e no equilíbrio. A firmeza e a confiança que Seu Sete Pedreiras transmitia eram sentidas como uma rocha inabalável em meio às tempestades da vida. As consultas feitas pelos Caboclos de Xangô trouxeram orientação, discernimento e entendimento. O encerramento da gira foi marcado por uma sessão de descarrego. Marinheiros e Baianos vieram ao terreiro com sua leveza, risadas e movimentos que pareciam trazer consigo a brisa do mar e o calor das terras distantes.

Gira de Terça-Feira (Pai Gustavo)

Pai Gustavo iniciou sua reflexão falando sobre a necessidade de percebermos as pessoas que nos amparam. Quem são os que nos amparam durante as fases e aspectos da vida? Quem nos ampara nas questões profissionais, sentimentais ou até quando estamos com a cabeça cheia? Quem são os que são amparados por nós? S. Ubirajara em atendimentos aos pets, presencialmente ou a distância, nos trouxe a reflexão sobre a força. Que devemos ser árvores com profundas raízes para florescer e frutificar. Até mesmo para criar raízes é preciso força e determinação. Também reforçou que todos somos capazes de semear.  Na segunda parte,  a alegria dos Baianos tomou conta do terreiro - sem deixar a seriedade dos trabalhos de lado. S. Zeferino, com sua irreverência, nos deixou a lição do tempo. Que não podemos perder tempo com o que não tem valor. E que devemos refletir o que tem valor para cada um de nós. Salve o povo da Bahia!

Gira de Terça-Feira (Corrente Ilha do Mel)

Gira de Quarta-Feira (Mãe Luane)

Na quarta-feira, a gira iniciou de uma forma leve e muito alegre, pois os trabalhos do dia eram na força dos Caboclos e dos Pretos Velhos. Caboclo do Mar, em sua imponência, sinalizou à corrente que haveriam muitos trabalhos naquela noite e que toda corrente deveria estar concentrada, cantando e rezando com alegria. Após os trabalhos de cirurgias, foi necessário a força de Xangô para limpeza e justiça de si mesmo! No segundo momento da gira, com Vó Ana já em terra, ela explanou sobre a força do querer e de estar buscando a alegria, os momentos de criança que, por muitas vezes são deixados de lado em virtude da vida adulta.

Gira de Quinta-Feira (Mãe Lilian)

Mãe Lilian iniciou a gira de quinta-feira com uma reflexão sobre a “peneira dos pensamentos”, uma metáfora que nos convidou a examinar, com cuidado, tudo o que passa por nossa mente e coração. Ela falou sobre a importância de deixar apenas o que é construtivo, permitindo que a cada dia surjam gotas de reforma íntima. Após essa reflexão, Seu Curumataí chegou, trazendo uma energia protetora. A presença dos Caboclos sempre evoca uma força ancestral, um convite para relembrarmos nossas raízes. Logo, todos foram chamados para o passe, e a sensação de acolhimento se espalhou pelo ambiente. Após o passe, a gira entrou em um momento de cirurgia espiritual com a chegada do Povo do Fogo. A energia do fogo, conhecida por queimar e transformar, estava presente de maneira intensa. Era como se o calor simbólico dessa chama espiritual penetrasse profundamente nas camadas do espírito, purificando e trazendo uma transformação. Além do povo do fogo, tivemos a força de Nanã Buruque e Índios Tamoios. Nanã, com sua sabedoria e poder sobre o tempo e a transformação, guiava o processo com a paciência de quem entende os ciclos da vida. Já os Índios Tamoios, com sua energia de força, conduziam os trabalhos com a serenidade que os grandes curadores possuem. Com a energia transformada e os corpos aliviados, a gira tomou um novo rumo com a entrada da Quimbanda, comandada por Maria Padilha das Almas - que com sua forte presença, encheu o espaço com seu perfume de rosas vermelhas, cigarrilha acesa e uma taça de vinho em mãos. Todas as consultas desse dia foram feitas por Pomba Giras, ajudando a revelar verdades escondidas e a trazer clareza. As Pomba Giras traziam consigo a mensagem da força feminina, da coragem de viver a verdade e de encontrar o poder dentro de cada um. Ao final da gira, todos que ali estavam saíram com o lembrete de que a espiritualidade está sempre conosco, acolhendo, curando e nos guiando em nossa jornada de evolução.

Gira de Sexta-Feira (Mãe Luana)

Se sua felicidade depende apenas de você, isso te assusta ou te conforta? Essa é a pergunta que marcou a reflexão da semana, feita por Mãe Luana. Em mais uma gira dos Caboclos, S. Serra Negra deu sequência aos trabalhos de libertação da semana passada, contando também com as palavras de Pai Inácio - que nos lembrou que a verdadeira liberdade vai além do físico; muitas vezes, as prisões mais profundas estão em nossas mentes. S. Serra Negra enfatizou que cada fruta tem seu tempo de amadurecimento e nos convidou a amadurecer em união e responsabilidade, enquanto as frutas oferecidas a ele eram compartilhadas com todos da corrente. Assim, surgiu mais uma reflexão: reconhecer qual fase do amadurecimento estamos é essencial para o nosso crescimento pessoal e o fortalecimento como corrente. A segunda parte foi conduzida por Seu Jupiá e, com a presença dos Caboclos de Oxóssi, os atendimentos ocorreram na energia de cura, sabedoria e acolhimento.

Gira de Sábado (Mãe Luane)

A primeira semana de outubro foi fechada com a gira de sábado, na força dos Boiadeiros. A gira iniciou com a reflexão da Mãe Luane, que abordou sobre a festa dos Erês, e como é bom lembrar dos sentimentos de criança, da felicidade em partilhar. Pediu para que todos tirassem um momento para lazer durante o dia, assim como as crianças. Após a abertura da gira, ela foi conduzida pelo Caboclo do Mar, momento em que a assistência foi abençoada pelo passe com a cura das Sete Linhas. Na segunda parte, aconteceram as consultas individuais de assistência com os Boiadeiros que estão em trabalho no terreiro. Ao final, o Boiadeiro Ernesto finalizou a gira com a reflexão sobre as escolhas, e como elas são uma dádiva, fazendo com que a vida esteja sempre em movimento.